Desde que as principais cidades européias começaram a ser tomadas pela revolução das indústrias, iniciou-se o processo violento de inclusão das mulheres no mercado de trabalho. A luta de classes, patrão versus empregado, era também delas. Todavia nem sempre os movimentos de esquerda sanaram os problemas de gênero. Muitas vezes a exclusão feminina chegou a infectar os movimentos mais progressistas. Entretanto, desde a Revolução Inglesa (século XVII) que os cristãos mais inovadores, como quakers e diggers, vinham pregando a inclusão da mulher tanto nos movimentos sociais como na sociedade em geral.
Os séculos passaram e as lutas de classes, de gêneros, de etnias, enfim, as lutas sociais, não frearam. A construção do socialismo científico apontou que se solucionariam os principais problemas sociais pondo fim às contradições econômicas. Porém nunca se permitiu intensamente a entrada da mulher nessas discussões. Faz-se obrigação pensar qual seria o papel da mulher comunista nos dias de hoje.
É importante notar que, na atual conjuntura, não existe mais um grande bloco socialista, passando assim a falsa impressão de triunfo do sistema do capital. Uma ideologia dominante aponta que de agora em diante só é possível fazer mudanças sobre o próprio sistema capitalista. Até mesmo movimentos e partidos comunistas têm se adaptado a propostas reformistas e sua militância tem sido ora arrefecida, ora esvaziada. As mulheres ainda estão em pequeno número nos partidos e movimentos sociais, salvo raras exceções.
Aos insatisfeitos com esse sistema altamente predatório, resta tomar para si ideologias que sirvam de arma para derrubá-lo. Enquanto houver capitalismo haverá competição econômica, individualismo, exploração de um sobre o outro. O que dá origem a mazelas como sexismos, racismos e etnocentrismos. O capitalismo é um sistema de intolerância onde somente o mais forte economicamente consegue sobreviver.
Sendo assim, cabe ao militante de esquerda livrar-se do medíocre contentamento apenas com reformas, seu objetivo final deve ser sempre a derrubada de todos os pilares do sistema e a construção de uma sociedade baseada no coletivismo.
O militante comunista deve ter em si o eterno fervor das lutas de classes, fazendo com que seus entes mais próximos estejam contagiados pela possibilidade de destruir esse sistema de opressão em uma árdua batalha. Através de um processo de conscientização popular, onde a mulher tem papel importantíssimo, far-se-á com que a alienação seja afastada, dando consciência de classe aos oprimidos.
Integrar a mulher não significa masculinizá-la. Pelo contrário, deve se objetivar torná-la consciente de sua feminilidade. Homens e mulheres devem construir uma sociedade de cooperação entre os gêneros, deixando de existir uma relação de superioridade e inferioridade entre os sexos. Finalmente obter-se-á uma convivência onde um se torna complementar ao outro.
Essas são as principais tarefas da mulher comunista atual:
- Exigir melhores condições de trabalho e igualdade salarial diante do homem (não esquecer que essas mudanças são temporárias já que seu objetivo final é alcançar o fim da relação patrão versus empregado).
- Realizar a manutenção do pensamento de justiça e igualdade de direitos dentro de sua casa, educando seus filhos com a mentalidade voltada para a cooperação entre homem e mulher.
-Levar a ideologia defensora de uma sociedade sem classes e sem preconceitos para a faculdade, igreja, encontros com amigos etc.
Como pode-se perceber é obrigação da mulher comunista ser vanguarda entre os cidadãos. Estar inteiramente envolvida na política de seu país e ter como prática cotidiana a luta pelo fim não só da alienação feminina, bem como o fim de todo tipo de alienação. Assim será dado o primeiro passo para que seus filhos nasçam em uma sociedade que não suporte mais a exploração de um humano pelo outro.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
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