quinta-feira, 19 de junho de 2008

SP: Estudantes e professores param contra cartiha e decreto de Serra

Greve dos professores e manifestações dos estudantes paralisam a rede contra autoritarismo do governo e demonstram que o ensino público de São Paulo vai de mal a pior.

Estudantes da rede pública de São Paulo iniciaram, na manhã desta terça feira, uma série de manifestações contra a implementação da cartilha ''São Paulo faz Escola'', distribuída pelo governo do estado para supostamente ''nivelar'' o ensino.

O centro da luta dos estudantes é por democracia nas escolas. ''Nesse momento os estudantes mais uma vez são chamados a lutar contra um projeto que segue a lógica do mandonismo dentro da escola. Ele rasga uma das maiores conquistas da nossa Constituição que é a gestão democrática. Isso os estudantes não vão tolerar'', diz Arthur Herculano, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES).

Segundo o líder estudantil, pararam as escolas estaduais Brasílio Machado, Caetano de Campos (Consolação), Rui Bloem, José Monteiro Boa Nova, Romeu Montoro, Filomena Matarazzo e Aroldo de Azevedo, mobilizando cerca de cinco mil alunos da capital. Grêmios estudantis de colégios de Santo André, Guarulhos, Osasco, Ribeirão Preto, Campinas também já se movimentam para aderir à campanha.

Professores em greve

A insatisfação vem se somar com a greve dos professores estaduais pela revogação do decreto 53037/08 do governador José Serra, que prevê novas regras para transferência e contratação dos docentes.

Para Valéria Leão, conselheira estadual da Apeoesp, a truculência do governo não deixou outra opção para os trabalhadores senão a greve. ''O pacote de medidas autoritárias imposto pelo governo de Serra está causando uma insatisfação enorme, ferindo direitos dos professores. E nem de longe garante a qualidade necessária para a educação. Tentamos negociar desde o início do ano e não fomos sequer recebidos. Não tivemos outra alternativa, o decreto foi a gosta d' água''.

Segundo a Apeoesp, cerca de metade dos professores da rede estadual já aderiram à paralisação. A secretaria de Educação contesta os núemros. O sindicato marcou nova assembléia para o dia 20, às 14 horas, no Masp.

De São Paulo,
Fernando Borgonovi

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